PCP e BE na " mesma estrada" para a demissão do Governo

Líderes do PCP e BE coincidiram esta sexta-feira em "nada esperar" do Governo da maioria PSD/CDS, reiterando a necessidade de demissão do executivo e eleições antecipadas.
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"Aqui há tempos, Jerónimo de Sousa disse que cada um vai na sua bicicleta. É verdade, embora seja preciso acrescentar que vamos na mesma estrada e que, de vez em quando, trocamos a nossa bicicleta por uma de dois selins e andamos na mesma", descreveu o coordenador bloquista, João Semedo, após receber a comitiva comunista, liderada pelo secretário-geral do PCP, na sede lisboeta da rua da Palma.

Jerónimo de Sousa verificou, "com todo o respeito pelas diferenças", uma "convergência quanto à necessidade de derrota e demissão do Governo e de rutura com a política de direita", com vista a "uma proposta alternativa que reúna democratas, patriotas, forças políticas e sociais".

"Coincidimos com o PCP num ponto muito importante, aliás com o qual a esmagadora maioria dos portugueses se identifica - não há nada a esperar deste Governo e desta maioria de direita. O caminho, a alternativa, não está na repetição das velhas fórmulas de alternância entre PS e PSD nem nas velhas fórmulas de bloco central. É preciso criar uma nova alternativa de política e de Governo, de esquerda", reforçou Semedo.

Ambos lembraram as iniciativas conjuntas de pedidos de fiscalização de diplomas governamentais junto do Tribunal Constitucional, que "chumbaram o assalto aos salários e pensões".

O líder comunista sublinhou a importância do encontro, "procurando as possibilidades de uma convergência em dimensão política e não um qualquer arranjo eleitoral".

"De uma forma perfeitamente autónoma, que cada partido quer preservar, consideramos que se abre aqui um amplo espaço que responde às inquietações e interrogações de muitos portugueses", afirmou Jerónimo de Sousa, salientando várias prioridades comuns: "Renegociação da dívida, nova reflexão sobre o euro e suas consequências para o país, devolução aos trabalhadores e reformados do que lhes foi roubado, a defesa dos serviços públicos" ou "uma outra política fiscal".

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